quarta-feira, 18 de abril de 2012

SOPA

Megaupload e forshared fora de ar! Cada vez mais é estreitado o livre fluxo de cultura. Agora tudo é mercadoria, e onde a ordem é cada vez mais acumular, o lucro transcende apenas a mercadoria física: é necessário adentrar a mente do consumidor, e remexer naquele substrato que antes ainda não fora contaminado pela lógica capitalista, tal como música. E assim, nessa sociedade do espetáculo, na qual tudo é plausível de ser comprado e vendido, mais um grilhão é colocado em nossos pés, com o apoio do infalível estado cuja função é senão defender aqueles que o financiam: os poderosos donos de multifortunas.
Em breve até pensar não vai ser livre de apropriação. Ou espere, ja é?....

domingo, 27 de março de 2011

Filhos das putas!

Como de costume, os donos do capital e suas restrições mercantis estão à ameaçar a integridade do blog. Volvemos a receber ameaças de bloqueios referentes à postagem de páginas de downloads aqui nessa arcádia, por orgãos tão patéticos que carregam o sinal da cruzada antipirataria, a saber:Deêmecêa( não posso explicitar a crítica, não é , olhos e ouvidos do rei?)

A recente vítima do insaguinolento genocídio virtual foi o álbum do Gentle Giant, acquirng the taste, cujo link foi enviado ao chuveiro dos rascunhos, embora porvir devemos repostá-lo para deleite dos ávidos leitores cujos paladares anseiam pela degustação músico-cultural. A questão, ou melhor, as questões que mais convém registrarem-se aqui, perante tamanho constrangimento, são:
- Quem é o verdadeiro pirata? O mercantil manda chuva da música, a destituir e instituir as regras do jogo cultural sob a édige do kapitalismus e seus rufiões interesseseiros, ou aquele cujo trabalho é disseminar o especificamente nada, epíteto pusilânime de ARTE?
- Acaso sabem os espiões intranets de TUDO o que mexo e remexo acá no Google, alhures na internet?

Enfim, aqui está minha resposta:

http://www.megaupload.com/?d=5ARO6TB3

Sem mais,
A Equipe.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

David Bowie - Diamond Dogs (1974)

Durante sua extensa carreira artística, Bowie se tornou conhecido pela grande variedade de estilos pelos quais navegou, prática que lhe rendeu o apelido de "Camaleão do Rock". No entanto, podemos dizer que ele é um camaleão em sua própria existência. Ele é o que faz. Durante todas as transições pelas quais sua carreira passou, não é difícil apontar que o próprio músico sofreu várias metamorfoses.

Bowie surge como jovem talento com Space Oddity para cerca de 2 anos depois criar junto ao nascimento de uma das personalidades mais marcantes da música pop, o marciano Ziggy Stardust, aquilo que seria chamado Glam Rock. Ao se desvirtuar da imagem de Ziggy Stardust, Bowie ainda faria grandes peregrinações pela Dance Music, Pop Music e muitas outras obras, cada uma aparentemente distoante da última.

Por ser um artista de obra tão extensa, não é difícil apontar os muitos méritos de David Bowie. Poderia dedicar esse espaço a muitas de suas maravilhas musicais, como Space Oddity, Alladin Sane, Hunky Dory (Clássico imperdível), Rise and Fall Of Ziggy Stardust, entre muitos outros. No entanto, vou dedicá-lo apenas a um de seus álbuns conceituais: Diamond Dogs.

O álbum Diamond Dogs é um divisor de águas na carreira de Bowie. Se em Space Oddity (seu primeiro álbum) Bowie começava a aplanar o terreno para aquilo que seria o Glam Rock, a partir de Diamond Dogs ele começa a se afastar do estilo. Seria impossível Bowie apagar o que ele havia feito e também ainda era pra ele muito difícil se desapegar de suas obras anteriores, mas tudo insinua que ele queria experimentar coisas novas.

A escolha do tema para sua obra conceitual, no entanto, não é nada sutil. Como se ele mesmo procurasse escancarar para o mundo que agora optara por mudar seus rumos, Bowie faz uma obra baseada no livro de temática pós-apocalíptica de George Orwell: 1984 (como fica claro nas canções We Are The Dead, Big Brother e, é claro, 1984). Reza a lenda que o artista planejava até mesmo fazer uma adaptação cinematográfica do livro, mas não obteve a licença sobre os direitos autorais de Orwell.

Tecnicamente, Diamond Dogs é uma compilação de todas as influências musicais da época. David Bowie passa a flertar então com o progressivo, o Hard Rock, o Soul e até com um pouco de Disco, jogando violentamente tudo em sua panela de pressão e misturando àquilo que ele próprio já havia produzido anteriormente. Em uma abordagem mais radical, pode-se dizer que Diamond Dogs foi a contribuição de Bowie para o que viria a ser o Punk alguns anos depois, afinal, nada mais apropriado para tratar de um tema pós-apocalíptico do que anarquia musical, e é exatamente disso que Diamond Dogs se trata.


capa pintada por Guy Peellaert



1- Future Legend (1:01)
2- Diamond Dogs (6:04)
3- Sweet Thing (3:39)
4- Candidate (2:40)
5- Sweet Thing Reprise (2:32)
6- Rebel Rebel (4:33)
7- Rock'n Roll With Me (4:02)
8- We Are The Dead (4:59)
9- 1984 (3:27)
10-Big Brother (3:20)
11-Chant Of The Ever Circling Skeletal Family (2:08)

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postado por Caio

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Clash - London Calling



The Clash surgiu nos anos 70 na Inglaterra e era composto pelo já falecido Joe Strummer, vocais e guitarras; Mick Jones, guitarra e eventualmente outro instrumento, Paul Simonon, baixo e Topper Headon, bateria. Originalmente uma banda punk fortemente influenciada pela cena vigente na época, o The Clash com o tempo construiu uma carreira musical que se distanciou muito do estilo "punk puro", estilo no qual predomina três acordes tocados o mais rápido possível. O álbum London Calling foi terceiro álbum do grupo e foi o primeiro a abraçar diversas influências musicais, fazendo com que o rótulo até então usado fosse sempre questionado e repensado. O grupo flertou com os mais diversos estilos, dentre os quais o Ska/Reggae, rockabillty, hard rock e Jazz, alcançando uma complexidade musical bem diferente das bandas ditas punks da época.
Na verdade, que fez com que a alcunha punk fosse aplicada à banda, além do fato de que primordialmente a banda possuía um som menos sofisticado e mais "porrada", estilo este que se repetiu em várias canções durante a sua carreira, foi a atitude dos membros. Não me refiro àquela atitude "escrota" das bandas punks atuais, em que tocar pelado e zoar a MTV é grande feito, e nem ao apelo doutrinário que outras bandas atuais possuem, no qual a tênue linha do panfletário idiota e crítica é facilmente extrapolado. As canções possuíam um direcionamento político voltado para a esquerda e há diversas letras em que isso é subentendido ou até mesmo explicitado, mas não há um apelo vago de " vamos derrubar o sistema e implantar a revolução socialista armada". Há sim um foco em diversas situações, como a derrocada do poder tirano, o alerta ao fascismo europeu ( alerta atualmente vermelho, visto o intenso crescimento da extrema direita na europa), a crítica à paranóia, à sociedade de consumo, ao armamentismo, à aristocracia e velhos costumes ingleses, ao tédio do interior inglês, ao mercado musical, a discrimação aos imigrantes negros ( a convivência com os jamaicanos enriqueceram a música do the clash, com fortes influências do ska), ao trabalho alienativo e à falta de perspectiva desse. Enfim, uma banda que se mantém extremamente atual mesmo 33 anos após debutar e que se manteve coesa com seus princípios sem apelar à doutrinação barata (algo que refuto veemente), mas sim com letras realmente bem feitas e inteligentes, incitando ao questionamento e ao inconformismo e mostrando que os integrantes possuíam interesse e conhecimento à respeito das diversas facetas culturais do mundo, bem como os conflitos mundiais.
É notável também a capacidade de recriação de tipos e de estilos nas músicas, além de letras com conteúdo narrativos interessantes. O próprio visual da banda remete ao vintage dos anos 50. Quem ouviu "Jimmy Jazz" entede o que falo, caso contrário, convido-lhe a baixar o disco e tirar suas conclusões. Um belo disco.
London Calling remete à segunda guerra mundial e o chamado para os cidadões ao combate, em um clima apocalíptico nuclear, e possui um fundo musical marcante, embebido em punk.
Brand New Cadillac é rockabilly com uma letra engraçada, ambígua e irônica, mesmo que simples - a garota que consegui um cadillac novo já não reconhece ninguém a bordo de sua possante máquina ( qualquer semelhança com Serge Gainsbourg é mera coincidência). Jimmy Jazz é uma canção com levada jazz interessantíssima e uma letra narrativa bem feita com a construção do "tipo" malandro, o referido Jimmy Jazz, que a polícia procura mas que ninguém pode falar sob a condição de sofrer consequências. Rudie can't fail é ska puro, e como tal, fala sobre o movimento Rude Boy inglês dos anos 60 e o comportamento Rude, sem as preocupações adultas, com as conseqüentes vozes de crítica da sociedade. A antológica Spanish Bombs é muito bonita e discorre sobre a guerra espanhola com fidelidade aos fatos históricos, embora o refrão não faça muito sentido cantado em castellano. The Right Profile é uma canção sobre Montgomery Clift, o famoso ator. Lost in the Supermarket é uma bela balada sobre o vazio do consumismo. A memorável The Guns Of Brixton fala sobre o violento bairro jamaicano que o baixista morava ( ele que assume o vocal na música), Brixton, permeado por conflitos entre a opressora polícia e os trabalhadores estrangeiros, e daí toda a sua sonoridade rap/dub/ reggae legal, BEM LEGAL.
Death Or Glory e Lover's Rock é puro hard rock, enquanto The Card Cheat é sobre um homem que distrai a solidão afundando-se em jogos e bebidas, Wrong 'em Boyo tem pano de fundo Ska, enquanto Koka Kola é uma " brincadeira" com Coca Cola e cocaína. Train in Vain tem um apelo meio pop mas é bem legal, embora curiosamente não foi adicionada no encarte do disco. Revolution Rock parece The Police, com mistura de rock, Ska e Reggae.
Não há uma música desse disco que seja facilmente discartada, a grande amplitude de temas músicais e de letras, aliadas à criatividade do grupo para fazê-las tornou esse disco antológico, quebrando as barreiras do Punk.
Ah, e a capa é uma referência á Elvis Presley.



postado por: Ricardo.



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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Morphine - Good.


Estamos encarcerado, cercados por jaulas que nos forçam a sentarmos confortavelmente na frente da televisão e não questionarmos a ordem de como acontecem as coisas no século XXI:
primeiramente morremos, então nascemos para permanecermos mortos. Quando, com sorte, alguns poucos conseguem se esgueirar entre os concretos frios, livrando-se dos grilhões atemporais e respirar pela brecha o vento fresco e a vida pulsante, eles são devidamente descartados e deixados em quarentena até que possam submeterem-se docilmente ao mundo.
A dor, a dúvida, a angústia da solidão e tédio consomem as entranhas de irriquietas almas que não conseguem submeterem-se passivamente ao leilão de pequenos sonhos mesquinhos nas vitrines. A casa com dois carros na garagem e home teather não parece ser nenhum pouco sedutora, muito pelo contrário, causa repulsa imediata.
O prazer da vivência fora à muito esquecida, é bem verdade. Preza-se o amanhã, sempre o amanhã, nunca o hoje. É aquele que abdica do hoje, sacrificando as preciosas horas, o pôr do sol e a lua cintilante, disciplinando sua natureza tal como espartano soldado do futuro, que vai conseguir alcançar o sucesso. Sucesso é, antes de mais nada, sinônimo de permanecer morto, definhando em dor e desperdiçando nossa tão frágil e efêmera existência.
É preciso se livrar da dor, e para tanto, há dois caminhos possíveis :
Há o shopping, onde se ruma para o inexorável vazio existencial, e há a morfina, droga esta que alivia as dores do soldado amputado, do enfermo em seu derradeiro suspiro e a do desajustado.
O desajustado é justamente aquele que ousa respirar, que se recusa a ir ao shopping no fim de semana e encarar a horda de mortos vivos no morticínio insanguinolento; é aquele que se desespera em caminhar silenciosamente para o fim, mas que tampouco consegue encontrar o alívio para a dor da (in)existência nesse mundo caótico, desesperado, solitário e entendiante.
É em busca desse alívo que se escolhe a Morphine:
Sax, bateria, baixo, poesia e vividez. O som minimalista. Lisérgico, libidinoso. Sensual, embriagante. Instrospectivo, arrebatador, delirante, hipnótico e poético. É muito mais do que o alívio para o sofrimento e a angústia: é a cura, é a celebração de vida, da paixão e do prazer.

É um convite à noite úmida.

GOOD:

01. Good
02. The Saddest Song
03. Claire
04. Have a Lucky Day
05. You Speak My Language
06. You Look Like Rain
07. Do Not Go Quietly Unto Your Grave
08. Lisa
09. The Only One
10. Test-Tube Baby/Shoot'm Down
11. The Other Side
12. I Know You (Part I)
13. I Know You (Part II)


Cure For Pain
01. Dawna
02. Buena
03. I'm Free Now
04. All Wrong
05. Candy
06. A Head with Wings
07. In Spite of Me
08. Thursday
09. Cure for Pain
10. Mary Won't You Call My Name?
11. Let's Take a Trip Together
12. Sheila
13. Miles Davis' Funeral


YES
01. Honey White
02. Scratch
03. Radar
04. Whisper
05. Yes
06. All Your Way
07. Super Sex
08. I Had My Chance
09. The Jury
10. Sharks Patrol These Waters
11. Free Love
12. Gone For Good


Like Swimming:
01. Lilah
02. Potion
03. I Know You, Pt. 3
04. Early to Bed
05. Wishing Well
06. Like Swimming
07. Murder for the Money
08. French Fries With Pepper
09. Empty Box
10. Eleven O'Clock
11. Hanging on a Curtain
12. Swing It Low


THE NIGHT

01. The Night
02. So Many Ways
03. Souvenir
04. Top Floor, Bottom Buzzer
05. Like a Mirror
06. A Good Woman Is Hard to Find
07. Rope on Fire
08. I'm Yours, You're Mine
09. The Way We Met
10. Slow Numbers
11. Take Me With You

Singelamente postado por:
Ricardo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra - Unza Unza time (1999)

Para os cinéfilos de plantão, o sérvio Emir Kusturica já é provavelmente figura conhecida. Famoso por filmes como Underground e A Vida é um milagre, o diretor é referência mundiall no cinema. Menos conhecido, no entanto, é seu trabalho com o grupo "The No Smoking Orchestra" (uma ironia, já que todos os membros da banda fumam compulsivamente), tema inclusive de um documentário de direção do próprio Kusturica: "Memórias em Super 8" que eu ainda estou por assistir.

Infelizmente, as esparsas informações que posso disponibilizar aqui se limitam mesmo ao trabalho do grupo. Como todo bom músico cigano (como se existisse algum músico cigano ruim) Kusturica e seus companheiros bebem diretamente na fonte de Django Reinhardt, além de claras influências da música Klezmer, com quem a música cigana sempre caminhou lado a lado. Em meio a fumaça de cigarro e de pólvora, o grupo também assume uma decidida posição punk-rock, não apenas musical como também comportamental e crítica, bem evidente nas canções. Já na canção de abertura, "Unza Unza Time", isso fica bem latente, já que em uma frase conseguiram resumir toda a ideologia musical que a mídia tanto valoriza na atualidade: All music turned into a fashion show.

1 - Unza Unza Time (4:42)
2- DJindi RinDJi Bubamara (5:01)
3- Lubenica (5:51)
4- Prnavor (3:37)
5- Pitbull Terrier (4:05)
6- Was Romeo Really A Jerk (4:11)
7- Drang Nach Osten (4:48)
8- Corfu (2:35)
9- Upside Down (4:10)
10-Sanela (5:39)
11-Devil In The Business Class (3:45)
12-Grüss Gott Trauer (4:05)
13-Emir's Dream (0:42)
14-Imam Sam Bjelog Konja (4:40)
15-Some Other Man (1:48)
16-Furja DJildje (4:14)

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postado por Caio

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

The Dave Brubeck Quartet




Assim como muitas músicas que aprecio, conheci o Dave Brubeck Quartet através do meu pai, com a faixa “Take Five”, talvez uma de suas músicas mais famosas e com a qual, convenhamos, é impossível não ficar hipnotizado ao ouvir. O quarteto foi formado em 1951, em São Francisco, EUA, por Dave Brubeck (piano), Paul Desmond (saxofone), Joe Morello (bateria) e Eugene Wright (contrabaixo).

É interessante dizer que Brubeck não sabia ler partitura. Ele dispensava todo e qualquer método ou regra, querendo apenas compor suas músicas livremente.

O álbum que escolhi para postar aqui, “Time Out”, de 1959, quase não foi lançado. Chegou às lojas contra a vontade da maioria dos executivos da gravadora, Columbia Records. Sobre esse episódio, Dave Brubeck diz: “Quebrei três leis da Columbia. Todas as sete faixas eram composições originais, quando a gravadora gostava de entremear com standards. Queria também músicas que fizessem as pessoas dançar e eu lhes dei todos aqueles compassos esquisitos. Botaram um pintura na capa do LP, coisa que nunca se fazia com um disco de jazz. Obviamente, a companhia não queria lançar o álbum”. Apesar de tudo isso, em 1961, “Time Out” se tornaria o primeiro disco de jazz a atingir a marca de um milhão de cópias vendidas. O quarteto gravaria outros álbuns, dentro do mesmo estilo, como Time Further Out (1961), Time in Outer Space e Time Changes. Infelizmente, o quarteto de Dave Brubeck acabaria em 1967, embora tenham feito uma reunião em 1976, para comemorar seu 25º aniversário.


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postado por Débora Ferrari