quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Violeta de Outono-Violeta de Outono



Violeta de Outono - Violeta de Outono


Formada na maior e mais cosmopolita cidade desse país, São Paulo, em meados de 1984, a banda era composta po Fábio Golfetti, Claudio Souza e Angelo Pastorello, membros que percorreram carreiras artísticas e isso certamente influencio a herança e espinha vertebral da identidade musical da banda. O primeiro Lp da banda chama-se Violeta de Outono e foi lançado em 1987. Com certeza Violeta era a banda mais sofisiticada e com um som mais experimental entre a chuva de bandas que precipitaram-se nos anos 80 no Brasil. Além do som mais bem produzido ( com um menor ímpeto punk e rock'n roll e mais visado para o som psicodélico e progressivo) a banda apresenta uma grande sofisiticação em composições, com timbres claros e belos, melodias, harmonias e levadas mais complexas, prova disso é as diferentes variações de temas que diversas músicas apresentam em sua essência. Mas, de longe, o que mais impressiona na banda são as letras que aproximam-se e em muitas vezes ultrapassam a simples forma literária, ou seja, possuem um forte apelo poético com evidentes influências do simbolismo, dando um ar etéreo, evanescente às músicas.

Umas das maravilhosas poesias e músicas da violeta:


Dia eterno- Violeta de outono


Dia eterno

Silêncio em mim

Espelhos planos

Saídas falsas, vôo, solidão

Só esperando

Vagando em seu olhar

Tudo é deserto, estranho lugar

Você sabe que não temos tempo

Dia eterno, noite escura adentro

Na escuridão

Relembrando planos

Quem se erguerá com o fogo nas mãos?

Adormecido

Eu o vi chegando

Na madrugada o sol vai brilhar

Você sabe que não temos tempo

Dia eterno, noite escura adentro

Seus reflexos, luzes constantes

Apontam pra muito distante

Você sabe que não temos tempo

Tempestades, noite eterna adentro


Bom, o álbum que aqui vos posto é uma maravilhosa viagem aos sentidos e ao universo poético. Os intrumentisas não deixam a peteca cair e fazem maravilhosas bases instrumentais para as poesias. O álbum abre com a músicas "Outono", que tem um belo Riff de guitarra e linhas de baixo, além de uma melodia muito bonita e andamentos diferentes no decorrer da música. A seguir, " declínio de maio" tem uma atmosfera sombria e tensa, com dissonâncias ao redor da melodia e uma letra gótica, cuja composição segue-se em "Faces", esta porém com linhas de violão e solos de sintetizadores. " Luz" também possui a mesmo atmosfera porém com mais intensidade. " Retorno" é uma música instrumental curta que mais parece um interlúdio mudando o conceito do álbum, que aliás é composto como se fosse uma ópera, com prelúdio, interlúdio e grand finale. " Dia eterno" abre a segunda atmosfera do álbum, dotada de uma pegada mais rock'n roll e pesada, porém nem por isso menos poética e bela.

" Noturno Deserto" possui uma introdução bem clássica de progressivo e vai aos poucos demonstrando sua força, rallentando e depois aumentando a intensidade, para culminar com um fim igual ao começo, como se fosse um ciclo. " Sombras Flutuantes" fecha o álbum em uma maravilhosa viagem aos sentidos. Isso porque a última música é um poderoso cover dos beatles: "Tomorrow never knows".

Em suma: ouvir esse disco de noite, acompanhado de vinho é ponta firme.

Até presenciei um show deles em 2009 fazendo um tributo ao Pink Floyd e então provei empiricamente a qualidade superba da banda. Grandíssimo espetáculo.



Violeta de Outono- Violeta de Outono


Outono

Declínio de Maio

Faces

Luz

Retorno

Dia Eterno

Noturno Deserto

Sombras Flutuantes

Tomorrow Never Knows


Postado Por Ricardo Franco