sábado, 27 de junho de 2009

Zeca Baleiro - Pet Shop: Mundo Cão (2002)

Zeca Baleiro é um conhecido músico maranhense de MPB. Muitas vezes, Zeca Baleiro é associado a uma imagem talvez preconceituosa, talvez realitária de pseudointelectualoide metido à besta. Por mais que isso possa ser verdade (não posso comprovar pois não o conheço como pessoa), muitos de seus trabalhos apresentam um refino bem acima da média. Ora poeta, ora músico, Zeca Baleiro destacou-se em muitos setores e estilos da música brasileira, tais como o Samba, Baião, Pagode e Forró (estes dois últimos não muito apreciados por mim) e misturando-os ao Rock com elementos de Drum'n Bass e do Pop americano.

Apesar de eu não ser grande fã de seus trabalhos mais recentes, creio que toda a genialidade de Zeca Baleiro se manifesta em Pet Shop: Mundo Cão, seu quarto disco lançado. Também tenho significativa consideração por este disco por ter sido o meu primeiro e muito responsável por ter suscitado em mim o interesse pela música.


Tendo ouvido parte considerável de sua discografia, posso afirmar que Pet Shop: Mundo Cão é o trabalho mais experimental de Zeca Baleiro. Cada música que o integra parece pertencer a um álbum independente em toda sua essência. Traz desde elementos de Samba até ritmos como o Funk, Rap e uma certa soberania do Rock'n Roll, mesclando-os por vezes à música eletrônica.


Hoje em dia a apreciação da arte tem se tornado difícil devido a sua efemeridade, culpa do mundo cultural em constante mutação em que vivemos hoje. Por mais que de 2002 pra cá, quando foi lançado este disco, possa ser considerado um intervalo de tempo relativamente pequeno na ordem natural, a ordem de tempo na sociedade e na cultura parece ser outra.
Levando em conta a velocidade com que as novas frentes tornam-se obsoletas, seria de se esperar que este disco já estivesse talvez ultrapassado. Porém, o álbum preserva sua integridade, mantendo-se fiel aos requisitos mais contemporâneos e não deixando de lado a originalidade que trazia há alguns anos atrás.

Talvez essa contemporaneidade possa parecer algo ruim para o leitor mais exigente, mas mesmo hoje em dia não é impossível de se notar que ainda temos música muito interessante, por mais que ela esteja encoberta pela mídia.


Chega a ser introdutivo esse comentário sobre a mutação do mundo por ser uma das coisas que as composições presentes no álbum salientam. Vale a pena conhecer.


1 - Minha Tribo Sou Eu (4:12)

2 - Eu Despedi o Meu Patrão (3:36)

3 - O Hacker (4:02)

4 - Telegrama (4:26)

5 - Mundo dos Negócios (4:14)
6 - Guru da Galera (3:31)

7 - Drumembéis (4:02)

8 - Um Filho e Um Cachorro (4:20)

9 - Fiz Esta Canção (3:35)

10- As meninas dos Jardins (4:16)

11- Mundo Cão (1:18)

12- Filho da Véia (3:24)

13- A Serpente (Outra Lenda) (4:24)

14- Meu Nome é Nelson Rodrigues (0:46)

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postado por Caio Bucaretchi