quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Morphine - Good.


Estamos encarcerado, cercados por jaulas que nos forçam a sentarmos confortavelmente na frente da televisão e não questionarmos a ordem de como acontecem as coisas no século XXI:
primeiramente morremos, então nascemos para permanecermos mortos. Quando, com sorte, alguns poucos conseguem se esgueirar entre os concretos frios, livrando-se dos grilhões atemporais e respirar pela brecha o vento fresco e a vida pulsante, eles são devidamente descartados e deixados em quarentena até que possam submeterem-se docilmente ao mundo.
A dor, a dúvida, a angústia da solidão e tédio consomem as entranhas de irriquietas almas que não conseguem submeterem-se passivamente ao leilão de pequenos sonhos mesquinhos nas vitrines. A casa com dois carros na garagem e home teather não parece ser nenhum pouco sedutora, muito pelo contrário, causa repulsa imediata.
O prazer da vivência fora à muito esquecida, é bem verdade. Preza-se o amanhã, sempre o amanhã, nunca o hoje. É aquele que abdica do hoje, sacrificando as preciosas horas, o pôr do sol e a lua cintilante, disciplinando sua natureza tal como espartano soldado do futuro, que vai conseguir alcançar o sucesso. Sucesso é, antes de mais nada, sinônimo de permanecer morto, definhando em dor e desperdiçando nossa tão frágil e efêmera existência.
É preciso se livrar da dor, e para tanto, há dois caminhos possíveis :
Há o shopping, onde se ruma para o inexorável vazio existencial, e há a morfina, droga esta que alivia as dores do soldado amputado, do enfermo em seu derradeiro suspiro e a do desajustado.
O desajustado é justamente aquele que ousa respirar, que se recusa a ir ao shopping no fim de semana e encarar a horda de mortos vivos no morticínio insanguinolento; é aquele que se desespera em caminhar silenciosamente para o fim, mas que tampouco consegue encontrar o alívio para a dor da (in)existência nesse mundo caótico, desesperado, solitário e entendiante.
É em busca desse alívo que se escolhe a Morphine:
Sax, bateria, baixo, poesia e vividez. O som minimalista. Lisérgico, libidinoso. Sensual, embriagante. Instrospectivo, arrebatador, delirante, hipnótico e poético. É muito mais do que o alívio para o sofrimento e a angústia: é a cura, é a celebração de vida, da paixão e do prazer.

É um convite à noite úmida.

GOOD:

01. Good
02. The Saddest Song
03. Claire
04. Have a Lucky Day
05. You Speak My Language
06. You Look Like Rain
07. Do Not Go Quietly Unto Your Grave
08. Lisa
09. The Only One
10. Test-Tube Baby/Shoot'm Down
11. The Other Side
12. I Know You (Part I)
13. I Know You (Part II)


Cure For Pain
01. Dawna
02. Buena
03. I'm Free Now
04. All Wrong
05. Candy
06. A Head with Wings
07. In Spite of Me
08. Thursday
09. Cure for Pain
10. Mary Won't You Call My Name?
11. Let's Take a Trip Together
12. Sheila
13. Miles Davis' Funeral


YES
01. Honey White
02. Scratch
03. Radar
04. Whisper
05. Yes
06. All Your Way
07. Super Sex
08. I Had My Chance
09. The Jury
10. Sharks Patrol These Waters
11. Free Love
12. Gone For Good


Like Swimming:
01. Lilah
02. Potion
03. I Know You, Pt. 3
04. Early to Bed
05. Wishing Well
06. Like Swimming
07. Murder for the Money
08. French Fries With Pepper
09. Empty Box
10. Eleven O'Clock
11. Hanging on a Curtain
12. Swing It Low


THE NIGHT

01. The Night
02. So Many Ways
03. Souvenir
04. Top Floor, Bottom Buzzer
05. Like a Mirror
06. A Good Woman Is Hard to Find
07. Rope on Fire
08. I'm Yours, You're Mine
09. The Way We Met
10. Slow Numbers
11. Take Me With You

Singelamente postado por:
Ricardo.

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