Na passagem dos anos 60 para os 70, começavam a surgir os chamados "supergrupos", resultantes da união de músicos de diferentes bandas compondo outra diferente. Também é nessa época que começa a se projetar o Rock Progressivo. Os primeiros passos deste estilo um tanto, vanguardista, por assim dizer, dá-se principalmente pelo primeiro álbum da banda King Crimson, "In The Court Of The Crimson King".
Emerson, Lake & Palmer surge justamente nessa época e, levando em conta que o baixista/guitarrista/vocalista Greg Lake integrava o mesmo King Crimson antes citado, um ano antes do surgimento de ELP, não era de se esperar que a orientação artística do grupo fosse tomar qualquer outro rumo. Deve se levar em conta que os três músicos compunham a alta "estirpe" do ramo musical na época, portanto a expectativa na união era imensa, mas, acima de tudo, incentivada.
Dito isto, Greg Lake, ex-King Crimson; Keith Emerson, o aclamadíssimo tecladista do The Nice e Carl Palmer, o excelente baterista que antes integrava a banda Crazy World Of Arthur Brown (que por sinal, eu nunca escutei e vou procurar me informar) passam a dedicar-se excepcionalmente ao experimentalismo progressivo, inspirando-se principalmente na música Clássica, psicodélica no Blues e, em menor escala, no Jazz. A contribuição do grupo para a música viria a inspirar outras bandas progressivas. Um exemplo é o Triumvirat (Para quem se interessar, há o álbum Illusions On a Double Dimple aqui no blog).
Dentre vários trabalhos excepcionais como Brain Salad Surgery, Tarkus e Trilogy, o álbum de lançamento, Emerson, Lake & Palmer é em muitas ocasiões esquecido. Não se deve associar este esquecimento, no entanto, ao que seria um álbum ruim. O disco traz alguns dos grandes sucessos da banda. As ótimas Knife Edge e Take A Pebble são exemplos, destacando-se em ambas as composições recheadas de influências eruditas, no que diz respeito à composição e a harmonia musical.
Se levarmos em conta a influência clássica isoladamente, ela se dá, ainda mais latente do que em "Knife Edge" e "Take A Pebble, nas ótimas faixas instrumentais "The Barbarian" e "The Three Fates", em ambas destacando-se a excepcional aptidão técnica de Keith Emerson. Seguida de "The Three Fates", vem outra faixa instrumental: Tank. Nessa, porém, as influências clássicas ainda que permeiem o tema, são menos nítidas. Aqui se nota principalmente a construção de um som mais progressivo que em suas anteriores (com excessão de Knife Edge, que também é extremamente marcada por essa estruturação). O álbum se encerra com "Lucky Man". Nesta faixa, particularmente, nota-se as influências de outros estilos. Apesar de esbanjar certa inclinação progressiva, principalmente pela presença dos sintetizadores e as mudanças súbitas do tema mais para o final da música, têm-se nítidas influências do Folk. Isto chega a ser bastante peculiar vindo de uma banda como ELP, que muito pouco se dedicará a este tipo de estilo.
1- The Barbarian (4:32)
2- Take A Pebble (12:32)
3- Knife Edge (5:09)
4- The Three Fates (7:43)
5- Tank (6:52)
6- Lucky Man (4:38)
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postado por Caio Bucaretchi
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