domingo, 14 de setembro de 2008

Passport - Infinity Machine (1976)

Passport é outra das bandas setentistas de influência no movimento de Jazz-Fusion que se iniciou na década em questão. Famosa especialmente pelo trabalho de seu excelente Saxofonista, Klaus Doldinger, o grupo parece se sustentar em inspirações musicais distintas, sejam de músicas do mundo, como pode ser notado no álbum resultante da viagem de Klaus ao Brasil, "Iguaçu", e também de gêneros, assimilando alguns quês do Funk, do Rock Progressivo e, claro, do Jazz em si. O resultado de toda essa mescla experimental na fusão dos estilos resulta na excelência do trabalho do grupo, como pode ser notado principalmente no álbum Infinity Machine.

A banda, oriunda da Alemanha, com uma formação que parece lembrar os padrões do Jazz Tradicional, com Klaus Doldinger no Saxofone, Wolfgang Schmid no baixo, Kristian Schultze nos teclados e sintetizadores e Curt Cress, que trabalhou também com grupos como Triumvirat, na bateria. Apesar da formação, o grupo foge a qualquer padrão mais "conservador" assim digamos, em relação a este Jazz mais tradicional, inovando em todos os momentos.

Infinity Machine é, para mim, dentre os álbuns que escutei, o grande trabalho do grupo. O álbum de 1976 se opõe totalmente ao som refletido um ano antes em Cross-Collateral, que se aproxima do Rock Progressivo. Em Infinity Machine, a banda ausenta-se do experimentalismo excessivo do disco anterior e estabelece um som mais objetivo, não se ausentando, porém, das magníficas improvisações e sons alternativos, que acabam por tornar-se a marca registrada da banda.

O álbum abre com "Ju Ju Man", um dos grandes destaques. Nesta faixa, principalmente, nota-se o trabalho da banda em sustentação com um estilo mais Funk. "Morning Sun", em seus altos momentos traz uma sonoridade mais calmante e exótica, seguida de "Blue Aura" que, em alguns momentos, lembra bastante o "Weather Report", o que leva a crer que, talvez, a banda de Zawinul teria buscado algumas influências em Passport. A faixa-título do álbum, "Infinity Machine", lembra bastante às composições mais progressivas e atrevidas do Jazz-Fusion. Esse recurso de aproximação ao Rock Progressivo teria sido, também, usado em larga escala pelo Mahavishnu Orchestra de McLaughlin. "Ostinato" é uma das belas composições do álbum, principalmente pelo timbres utilizados e a ambientação e harmonia instrumental atrativa. "Contemplation" fecha o álbum em grande estilo, lembrando até alguns trabalhos mais leves de Miles Davis, em quem a banda provavelmente buscou certa inspiração. Com certeza um dos grandes momentos do Fusion europeu!

1- Ju Ju Man (10:08)
2- Morning Sun (5:49)
3- Blue Aura (3:04)
4- Infinity Machine (5:13)
5- Ostinato (7:38)
6- Contemplation (6:38)

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postado por Caio Bucaretchi

Um comentário:

basicregisters disse...

Bárbaro encontrar seu blog!
Assisti Passport no auditório do Masp!
Adivinha de quem ganhei o par de baquetas? Na época tinha uma bolsa do MEC e estava estudando percussão na FAP-Arte (não existe mais, uma pena).
Valeu!
PS:onze anos depois ganhei um cachorro,um cocker, e como ele rebolava muito pus o nome de Rumba. Acho que ele não gostou porque um dia roeu as baquetas (deviam estar deliciosas rsrsrs)engoliu um par de meias, enfim...
http://basicregisters.blogspot.com