Passport é outra das bandas setentistas de influência no movimento de Jazz-Fusion que se iniciou na década em questão. Famosa especialmente pelo trabalho de seu excelente Saxofonista, Klaus Doldinger, o grupo parece se sustentar em inspirações musicais distintas, sejam de músicas do mundo, como pode ser notado no álbum resultante da viagem de Klaus ao Brasil, "Iguaçu", e também de gêneros, assimilando alguns quês do Funk, do Rock Progressivo e, claro, do Jazz em si. O resultado de toda essa mescla experimental na fusão dos estilos resulta na excelência do trabalho do grupo, como pode ser notado principalmente no álbum Infinity Machine.A banda, oriunda da Alemanha, com uma formação que parece lembrar os padrões do Jazz Tradicional, com Klaus Doldinger no Saxofone, Wolfgang Schmid no baixo, Kristian Schultze nos teclados e sintetizadores e Curt Cress, que trabalhou também com grupos como Triumvirat, na bateria. Apesar da formação, o grupo foge a qualquer padrão mais "conservador" assim digamos, em relação a este Jazz mais tradicional, inovando em todos os momentos.
Infinity Machine é, para mim, dentre os álbuns que escutei, o grande trabalho do grupo. O álbum de 1976 se opõe totalmente ao som refletido um ano antes em Cross-Collateral, que se aproxima do Rock Progressivo. Em Infinity Machine, a banda ausenta-se do experimentalismo excessivo do disco anterior e estabelece um som mais objetivo, não se ausentando, porém, das magníficas improvisações e sons alternativos, que acabam por tornar-se a marca registrada da banda.
O álbum abre com "Ju Ju Man", um dos grandes destaques. Nesta faixa, principalmente, nota-se o trabalho da banda em sustentação com um estilo mais Funk. "Morning Sun", em seus altos momentos traz uma sonoridade mais calmante e exótica, seguida de "Blue Aura" que, em alguns momentos, lembra bastante o "Weather Report", o que leva a crer que, talvez, a banda de Zawinul teria buscado algumas influências em Passport. A faixa-título do álbum, "Infinity Machine", lembra bastante às composições mais progressivas e atrevidas do Jazz-Fusion. Esse recurso de aproximação ao Rock Progressivo teria sido, também, usado em larga escala pelo Mahavishnu Orchestra de McLaughlin. "Ostinato" é uma das belas composições do álbum, principalmente pelo timbres utilizados e a ambientação e harmonia instrumental atrativa. "Contemplation" fecha o álbum em grande estilo, lembrando até alguns trabalhos mais leves de Miles Davis, em quem a banda provavelmente buscou certa inspiração. Com certeza um dos grandes momentos do Fusion europeu!
1- Ju Ju Man (10:08)
2- Morning Sun (5:49)
3- Blue Aura (3:04)
4- Infinity Machine (5:13)
5- Ostinato (7:38)
6- Contemplation (6:38)
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postado por Caio Bucaretchi
Um comentário:
Bárbaro encontrar seu blog!
Assisti Passport no auditório do Masp!
Adivinha de quem ganhei o par de baquetas? Na época tinha uma bolsa do MEC e estava estudando percussão na FAP-Arte (não existe mais, uma pena).
Valeu!
PS:onze anos depois ganhei um cachorro,um cocker, e como ele rebolava muito pus o nome de Rumba. Acho que ele não gostou porque um dia roeu as baquetas (deviam estar deliciosas rsrsrs)engoliu um par de meias, enfim...
http://basicregisters.blogspot.com
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